Projeto desenvolvido em escola municipal do Cabo quer estimular a participação de mulheres na Ciência
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14/05/2025
Na Escola Municipal Prefeito Eronides Francisco Soares, localizada em Pontezinha, no Cabo de Santo Agostinho, cinco adolescentes estão quebrando paradigmas. Ana, Yasmim, Nathalya, Joyce e Letícia sonham em se tornar cientistas, e o primeiro passo para que isso se torne realidade é a participação no projeto “Meninas na Ciência – Tecendo Redes”.
O projeto, promovido pela União Brasileira de Mulheres (UBM), está sendo desenvolvido no Cabo por meio de uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação. A proposta é criar uma rede entre instituições para estimular o interesse de meninas e mulheres na ciência. “A rede pretende implementar ações locais, regionais e nacionais para pôr fim aos estereótipos de gênero e étnico-raciais”, declarou a coordenadora do projeto no Cabo, Renata Rosa.
Em todo o Brasil, 150 estudantes de escolas públicas participam do “Meninas na Ciência”. Elas recebem uma bolsa no valor de R$ 300, concedida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, e a seleção é feita com base no perfil de vulnerabilidade social.
No Cabo, o projeto é desenvolvido com aulas teóricas, no laboratório da escola, e práticas, no Núcleo de Estudos Avançados e Científicos (NEAC), onde as alunas aprendem sobre robótica, matemática, astronomia e ciência. O curso tem duração de 10 meses. “Queremos ampliar, no próximo ano, para que mais meninas possam participar”, explica a professora Renata, acrescentando que o projeto de conclusão envolve a criação de um produto coletivo, escolhido pelas próprias alunas.
A estudante Ana Beatriz Barbosa, de 15 anos, conta que o projeto despertou nela o entendimento de como a ciência pode contribuir para diversas áreas da vida. “É difícil imaginar uma mulher cientista, e o quanto somos capazes”, disse.
Yasmim Nicolly de França, de 14 anos, sempre teve curiosidade sobre o assunto, mas, como estudante de escola pública, nunca se viu capaz de ter uma oportunidade no campo científico. “Sempre foi uma realidade distante, que, a partir dessa experiência, passa a ser possível”, declarou.
“A educação científica é para todos que tenham essa aspiração, especialmente para as mulheres, que podem e devem ocupar cada vez mais esse espaço”, afirmou a coordenadora do projeto “Meninas na Ciência – Tecendo Redes”, Renata Rosa.
Por Ana Cristina Lima