Assentamento rural do Cabo terá garantido título de posse para 200 famílias
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15/08/2024
Há cerca de 24 anos, trabalhadores e moradores rurais dos Engenhos Universo, Vila Real e Pantorra ocupam parte dessas terras como acampamentos. Na manhã de hoje (15), representantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), do Incra, da Secretaria de Agricultura do Cabo de Santo Agostinho se reuniram para participar de um ato público sobre o processo de compra dos engenhos, visando oficializar o território como assentamento da reforma agrária.
“O Incra vai adquirir a terra e entregá-la aos agricultores, e este evento faz parte da formalização do início desse processo de compra”, explicou o secretário de Agricultura, Adailton Melo. “Mais de 200 famílias serão assentadas e, finalmente, terão uma terra para chamar de sua. Isso trará desenvolvimento e impulsionará a economia do município”, afirmou.
O último assentamento legalizado no Cabo de Santo Agostinho foi o de Arariba de Baixo, em 1996. Após quase trinta anos, o município presencia um novo processo de aquisição de terras, abrangendo uma área média de 841 hectares, produtiva e propícia para moradia, destinada aos moradores e trabalhadores que têm ocupado o espaço. “Antes éramos apenas acampados sem direito a nada. Agora, com o título de posse, poderemos acessar os recursos e políticas públicas oferecidos pelas esferas municipal, estadual e federal”, declarou Dinho França, uma das lideranças do MLST no Cabo.
Raiane Vitória, representante da juventude do MLST, fez um discurso caloroso sobre o momento e a conquista dos trabalhadores, moradores e militantes da região. “Agricultor familiar é essa imensidão de pessoas. A reforma agrária somos nós”, enfatizou.
Também estiveram presentes na ocasião o Superintendente do Incra, Givaldo Cavalcante, e a Chefe Substituta de Divisão e Desenvolvimento, Andreza Renata Serafim, que leu a ata do ato de compra. “Nossa presença aqui é justamente para tornar público o andamento do processo de compra de duas áreas no município, que está em negociação entre o Incra e o grupo JB. Estamos felizes por essas áreas, mas o trabalho continua, pois sabemos que outras localidades também precisam dessa legalização”, declarou Givaldo.
Por Evelyn Carolina Lima
Foto: João Barbosa